Nem sempre as palavras acompanham as mudanças de hábito. Certo?
Exemplo é cavalheirismo, que, a despeito de ter sido uma palavra consagrada como ação do gênero masculino, nos últimos tempos acabou incorporada, pasmem, aos hábitos femininos. Quem é mulher sabe que pedir um help para outra mulher tem sido mais eficaz do aos ditos cavalheiros. Bem, mas nos dicionários, entre as definições de cavalheiro estão: “par de uma dama na dança” e “homem de boa sociedade e educação”, mas não é exatamente o que vemos por aí...
OK, concordo com a turma do neo, digo, do novo: mudanças estão aí para serem incorporadas, mas acho que o estágio da humanidade bem que poderia incorporar só os bons hábitos e costumes. O mundo certamente seria melhor.
Por que não separamos o joio do trigo? Por que não paramos de aceitar toda e qualquer mudança como regra absoluta? Até onde eu sei, o sexo forte fisicamente ainda é o masculino, o que por si só justificaria a continuidade do cavalheirismo se não em todas, em muitas situações.
Aliás, alguém se habilita a ceder seu assento em um consultório, num laboratório, num ônibus ou em uma fila para uma grávida, uma idosa? Bem, com a situação que presenciei neste fim de semana, chego a conclusão que não.
Vamos à cena: estava eu na fila do caixa de um badalado bar quando uma moça que estava à minha frente foi avisada pelas amigas que o bolo de aniversário de sua mesa estava chegando e só estavam esperando por ela para cantar o tradicional Parabéns. A mocinha em questão, vendo que na frente dela estavam seis rapazes de uma única mesa (vários deles usando a camisa bordada com nome e logotipo de uma empresa), sorridentemente perguntou se poderia passar à frente, justificando que uma aniversariante a aguardava e que ela estava com o dinheiro à mão, o que não tomaria nem 30 segundos de espera deles. Sabe qual foi a resposta mais amena dos seis ‘cavalheiros’: “você é muuuuuuito folgada”. As demais nem preciso dizer...
A garota ficou passada, praticamente congelada com a resposta, que bem poderia ter sido limitada a um ‘não’. Diante de tanta ferocidade - afinal eram seis homens gritando só porque houve um pedido justificado para passar à frente -, a garota, depois de tomar ar, respondeu, enquanto assistia à distância o bolo de aniversário ser cortado: “Pois é, o cavalheirismo está morto, enterrado e já teve missa de sétimo dia, a qual nem fui”. As demais mulheres da fila, que também aguardavam os seis marmanjos lembrar com lentidão as senhas de seus cartões de débito, foram solidárias à moça, que, como havia previsto, demorou menos de meio minuto para pagar a conta.
Conclusão: salve-se quem puder!
Concordo 100%! A falta de cavalheirismo e MUNDIAL! Aqui em Londres, onde o individualismo e predominante, e pior ainda! A palavra "gentleman" acho que foi banida do dicionario ingles, ja que somente os mais idosos ainda se lembram do significado dessa palavra.
ResponderExcluirOk,ok, Angélica. Mas você deve concordar comigo: a falta de cavalheirismo é só um aspecto masculino da falta de educação, que ao contrário do que se poderia pensar, tem pouco a ver com sexo, idade e classe social. Afinal, também fico pasmo no trânsito, quando senhoras, em seus carros de luxo, põem a cabeça para fora do vidro e me mandam tomar(...). Isso também não é engraçado, quer dizer, até que é, mas não deveria ser. Não é? Abraço.
ResponderExcluirOk,ok, Angélica. Mas você deve concordar comigo: a falta de cavalheirismo é só um aspecto masculino da falta de educação, que ao contrário do que se poderia pensar, tem pouco a ver com sexo, idade e classe social. Afinal, também fico pasmo no trânsito, quando senhoras, em seus carros de luxo, põem a cabeça para fora do vidro e me mandam tomar(...). Isso também não é engraçado, quer dizer, até que é, mas não deveria ser. Não é? Abraço.
ResponderExcluirAngélica, sou amigo da Melina Dias. O meu nome é Edgard Rodrigues, mas tenho um blog no pseudônimo Mário Defiori, que estou começando a divulgar. Aproveito a sua postagem sobre o cavalheirismo para me referir a um texto meu que recebeu um comentário grosseiro de uma mulher (antes de eu ter o blog). O texto tem o título "Crônica sentimental em um tempo de todos", dividido em quatro partes. O meu blog (onde você pode ler o texto) é:
ResponderExcluirwww.defiorescritor.blogspot.com.br/
Abraço.