quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cineminha



Adoro cinema. Não me coloco na categoria de cinéfila ou crítica versada, mas sou bem capaz de rever Encouraçado Potemkim sem pestanejar e delirar com a genialidade de Eisenstein ou de vibrar com os movimentos de câmera em Cidadão Kane. Sou tão fã dos diretores da Nouvelle Vague, em especial de Truffaut. Se alguém viu Jules et Jim ou Duas Inglesas e o Continente, sabe do que falo. E confesso que acho fan-tás-ti-co o western Sete Homens e Um Destino. Enfim, meu gosto cinematográfico é pot-pourri, a ponto de me dar liberdade de destinar muitos começos de noites de domingo a uma sessão pipoca (aliás, quentinhas e com manteiga) bem à la Sessão da Tarde. Ir ao cinema aos domingos, para mim, pede um roteiro leve e nada indigesto, como as comédias românticas, bem água com açúcar. Acho que esse tipo de escolha tem mais a ver com a dinâmica da segunda-feira do que com o próprio domingo. Afinal, se as horas do domingo se arrastam, o mesmo não posso dizer das de segundas-feiras, que já começam aceleradas.
E foi nesse espírito que junto com amigas fui ver o Ele Não Está Tão A Fim de Você. Baseado em um best-seller de autoajuda que, em resumo, dá dicas sobre se o homem está interessado ou não em você. Mas do que pelo enredo, fui atraída pelo elenco estelar: Jennifer Aniston, Drew Barrymore, Ben Affleck, Jennifer Connely, Scarlett Johansson e o bonitão Bradely Cooper.
Dei boas risadas junto com o resto do público. E este, não parava de tagarelar, sem dúvida houve identificação. São tantas as personagens que é impossível não achar uma ou pelo uma situação vivida por uma delas que nos faça recordar da vida real. Mas, apesar da diversão fast-food, acho que o tiro saiu pela culatra. Explico: de tão leve, o filme chega a irritar com tantos comportamentos contemporâneos de mulheres que buscam o amor via internet, embebedando-se de bar em bar ou, ainda, distribuindo seus cartões para o primeiro que dá um pouquinho de atenção. Há ainda a polarização de uma professora de ioga sexy, loira e desencanada, com uma morena, rabugenta e assexuada que estão envolvidas, respectivamente, como amante e esposa, com o personagem de Bradley Cooper.
Enfim, são mulheres girando sempre em torno dos homens, que, por sua vez, são colocados como mestres em dar perdidos. O filme dá tantas voltas que perde sua graça. Pensando bem, Almodóvar teria feito desse enredo um clássico; não tenho dúvidas: talvez um Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos 2.

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